quinta-feira, 21 de abril de 2011

Luz e sombras, presentes da maternidade!

Rayom fez um mês de vida! Meu filhote, minha cria. Não me recordo muito dos seus primeiros dias, talvez o cansaço, ou as dores, tenham me tirado as lembranças. Tive rejeição aos pontos da laceração no períneo e senti muita dor no pós parto. Preferia parir uma vez por semana, durante um mês, tudo de novo, a ter ficado estes dez dias com dores. Além das muitas dores de minha alma que foram transparecendo nas lágrimas que brotavam incessantemente dos meus olhos. Percebo que as dores fazem parte deste rito de passagem, como em tantos outros. Assistindo a um documentário indígena, vi que os homens daquela tribo, antes de se casarem, vestem luvas de formigas vivas, que mordem suas mãos lhes causando muita dor. Este é só um exemplo de como a dor auxilia na transformação, nos levando à nossa fragilidade, ela nos fortalece para o que está por vir. E me permiti vivenciar, sem apego, as dores que me foram ofertadas. Essa permissão é o que abre as portas para a cura entrar. E passaram por mim dores de insegurança, medo, vazio, dor de perda, dor física, dor ao me perceber frágil, dependente de outras pessoas ao meu redor. A fragilidade do pequeno ser em meus braços me trouxe o reflexo puro da minha própria fragilidade. Essa mulher forte, guerreira, que já passou por tantas provações e venceu desafios, agora se encontra frágil, só quer chorar... Foi tão natural este estado que me permiti vivenciá-lo com entrega, como me entreguei ao parto, e como me entrego a tudo que faz meu coração vibrar. E aos poucos os dias foram passando e as sombras da minha alma foram sendo iluminadas pela coragem de encará-las. Carências, sentimento de abandono por não ter uma figura masculina ao meu lado, raiva por ter que assumir esta difícil tarefa dos primeiros dias sem o pai se responsabilizando também, tristeza por este pai não estar vivenciando a magia da chegada do filho e por medo do bebê sentir esta falta (como eu estava sentindo), um peso no coração por ter que assumir a responsabilidade deste novo ser e perder minha liberdade plena de um ser só, vontade de sair correndo e voltar pro que já não sou mais eu. Porque o que eu era antes de receber Rayom em meu ventre, definitivamente, já se foi. Ao mesmo tempo o cheirinho do pequenino, sua mãozinha em meu peito enquanto mama, as transformações do seu corpinho e rostinho em poucos dias, seus barulhinhos, seu calor, seu amor... tudo isso me trazendo conforto e fé para seguir na nova estrada. Aos poucos os hormônios foram se aquietando e junto com eles as emoções também. Fui percebendo que o pequenino sente tudo o que eu sinto. Nos dias em que senti a falta do pai, por exemplo, ele ficou muito agitado, com muita cólica e melindroso. Estava chamando a minha atenção! “Mãe, pare de se lamentar pelo que não está aqui e olhe para mim”. Foi o que eu fiz. Parei com o pequeno no meu colo, orei muito para o Arcanjo Miguel me limpar destes velhos padrões, das minhas carências, purificar minhas energias, meus pensamentos, e fui chegando no aqui-agora. E aqui-agora tem um ser tão lindo gerado pelo meu ventre, sendo nutrido pelo meu seio, aquecendo-se com o meu calor, sendo protegido pela minha aura, crescendo sadio, forte e tranqüilo, trazendo sorrisos e encantamento a todos ao nosso redor. E agora me encontro um outro ser, diferente de ontem. Calma, alegre, tranqüila, forte, orgulhosa de mim mesma, e com muita confiança primordial, confiante de que está tudo certo, no lugar e tempo natural de cada coisa e cada ser. Observo a beleza da cura que me traz a realização deste grande sonho de ser mãe. O presente que recebi do universo reluz em meus braços me transformando em pura e profunda gratidão! E assim eu sigo, na vivência da preciosa medicina da entrega, da permissão!

Um comentário:

Oriana Shakti disse...

Maravilhoso, minha amiga!!!
parabéns por tanta clareza que te faz seguir a trilha certa, da Felicidade plena! Vc é mto abençoada e eu amo você e o seu pequeno príncipe!!!
beijos e cheirinhos de flores, de relva, de capim!
Namaste!