domingo, 31 de janeiro de 2010

De um impulso

Sabe aquele sentimento
Que sorri lá dentro
Que pula, canta, dança
E nunca se cansa?

Então,
É o amor
A alegria
Sem nem um pouco
De harmonia

Porque passa por cima
Atropela
Borra a tela
E rabisca a poesia

Ê vida bela!
Que sem ela
Nada seria.
Nada seria
Sem os sentimentos
Sem o tempo
Sem o vento
Sem o brilho nos olhos
Sem os olhos
Sem o toque

Quero abraçar
Apertar
Deixar escorrer pelos dedos
E depois tudo juntar
Passos novos trilhar

Ê vida louca!
Que não usa touca
Molha os cabelos
Não olha no espelho
É bela sem saber
Por quê
Sem ter
Sem possuir

E os caminhos
Tantos
E tão longos
Às vezes curtos
Mas eu
Sempre curto
Me divirto
Me atrevo
Sem medo

Meu coração
Sem rumo
Sem luvas
Quer tocar
Cantar
Mesmo em desafino
Porque para essa vida
Eu não afino

Quero mesmo
É ser
Até mesmo
Sem poder
Aprender
Descobrir
Crescer

E assim
O impulso da vida
Vai por essa estrada
Sem eira nem beira
Carregando sua peneira
E guardando na sacola
Tudo o que rola

Leva como companheira
A fé
Segue de carona
Ou a pé
Mas vai
E nunca pára

Se olha para trás
Sente saudades
Sorri
Às vezes chora
Mas dispara
Porque é
Para a frente
Que está a tara
Que existe
Dentro da gente

2002

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